Duram o infinito variável no limite de nosso poder de respirar a eternidade.
Pensá-las é pensar que não acabam nunca, dar-lhes moldura de granito.
De outra matéria se tornam, absoluta, numa outra (maior) realidade.
Começam a esmaecer quando nos cansamos, e todos nós cansamos, por um outro itinerário, de aspirar a resina do eterno.
Já não pretendemos que sejam imperecíveis.
Restituímos cada ser e coisa à condição precária, rebaixamos o amor ao estado de utilidade.
Do sonho de eterno fica esse gosto ocre na boca ou na mente, sei lá, talvez no ar.
|Carlos Drummond de Andrade|
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